Em 1856, Ellen White passou a receber cada vez mais críticas de seus difamadores. Por isso, os guardadores do sábado sentiam a necessidade premente de desenvolver uma teologia dos dons proféticos e integrar tal conceito a todo o seu sistema teológico.
No mês de fevereiro daquele ano, Tiago White escreveu um artigo sobre o assunto. Primeiro, citou vários textos indicando que os dons do Espírito (inclusive o de profecia) continuariam a ser manifestados na igreja até o segundo advento. Em seguida, concentrou-se em Joel 2:28 a 32, observando que o Pentecostes foi apenas um cumprimento parcial e que a verdadeira ênfase de Joel envolvia o derramamento especial do dom de profecia sobre os “sobreviventes” do versículo 32.
White igualava os sobreviventes de Joel 2:32 ao remanescente dos últimos dias de Apocalipse 12:17, que “guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. E qual seria o “testemunho de Jesus”? – perguntou Tiago. “Deixaremos o anjo que conversou com João responder a essa pergunta. Ele diz: ‘o testemunho de Jesus é o espírito da profecia’ (Ap 19:10)”. Em conclusão, Tiago subentendeu que uma das marcas da igreja de Deus dos últimos dias seria um reavivamento do dom de profecia, o qual ele acreditava com toda convicção que sua esposa possuía.
Portanto, em 1856, os guardadores do sábado não só estruturaram uma compreensão bíblica do dom de profecia como também a encaixaram no conjunto de passagens apocalípticas que formavam as bases para a autocompreensão e identidade do movimento. O resultado foi que a doutrina dos dons espirituais, por volta da metade dos anos 1850, havia se tornado um dos ensinos bíblicos (assim como o sábado, o santuário, o segundo advento e o estado dos mortos) que começavam a distingui-los no mundo religioso como uma igreja única.
Mais uma vez, porém, em fevereiro de 1856, Tiago escreveu um artigo deixando bem claro que ninguém “tem liberdade de […] descobrir qual é seu dever por intermédio de qualquer um dos dons. Quem assim o faz, coloca os dons no lugar errado e assume uma posição extremamente perigosa”.
Obrigado, Senhor, pela clareza dos pioneiros quanto à centralidade da Bíblia e ao lugar do dom de profecia. Ajuda-me a ser claro.
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